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sábado, 16 de outubro de 2010

Ica - Huacachina

Huacachina

Minha última parada antes de Lima era em Ica. Já tinha lido bastante a respeito dessa cidadezinha que guarda o oásis das Américas: Huacachina. Antes mesmo de chegar ao Peru, fui incentivada a reservar mais de um dia por lá. Antes de deixar Arequipa, o dono do hostel em que ficamos também foi só elogios a Ica: "Lá é sempre sol, todos os hostels tem piscina, vocês podem relaxar e curtir com muita tranquilidade e ainda praticar sandboard."

Ao chegar em Ica já é possível notar que a paisagem parece de filme. Dunas imensas compõem o cenário dessa cidadezinha bem desenvolvida e com um belo centro comercial. Mas não era ali nosso lugar. Do terminal rodoviáro pegamos um taxi e fomos rumo a Huacachina. Cerca de 10 minutos depois pude comprovar que o lugar se tratava realmente de um oásis e que tudo era verdade.

O clima é perfeito: sol, céu azul e muita paz. O lugar parece uma vila hippie e é repleto de mochileiros de todas as partes do mundo. Uma volta ao redor da lagoa e é possível fazer amigos, assistir a espetáculos artísticos ou, simplesmente, relaxar curtindo a bela paisagem.

Lenda
Como tudo no Peru é místico, há uma lenda sobre esse belo oásis de Huacachina. Trata-se de uma história de amor muito antiga, de tempos pré-hispânicos. Uma formosa donzela, proveniente do próximo povo de Tacaraca, chega desconsolada a este lugar, onde só tinha uns quantos huarangos, e chora a morte de seu amado, um valente geral inca. As lágrimas desta mulher, de olhos verdes e cabelo muito negro, foram formando pouco a pouco a lagoa. Diz-se que nas noites de lua nova ainda se podem escutar suas lamentos. 


Sandboard
Huacachina é conhecida pelas suas belas dunas, onde é possível arriscar-se no sandboard. Você pode alugar uma prancha ao redor da lagoa e subir sozinho (desse jeito você não vai muito longe), ou, contratar um passeio de bugue.

Eu fiz os dois e recomendo o bugue! Eles saem disparados pelas dunas e é emoção total! Guarde as câmeras, não leve celulares nem nada do tipo. A areia entra em todos os lugares imagináveis! Eu tomei vários tombos ensaiando minhas descidas em pé na prancha. 







Mas, o que valeu mais pena e que jamais sairá da minha cabeça é o por do sol nessas dunas. Realmente, uma bela imagem de despedida do Peru!





Paracas - Islas Ballestas

Islas Ballestas
De Nazca, partimos para Paracas, um balneário na província de Pisco, ao sul de Lima. Paracas possui uma superfície de 335 mil hectares, dos quais 217 mil são de águas marinhas. O local é uma reserva regional para aves migratórias e ponto de parada obrigatória no caminho para Lima.

Uma vez aqui, não deixe de conhecer as Islas Ballestas. O passeio é feito pela manhã em lanchas super rápidas. Fica minha dica: agasalhe-se bem pois o vento é muito forte e a água espirra no rosto algumas vezes. O passeio dura cerca de 2 horas e meia.

Na ida, há uma pequena parada para conhecer o famoso candelabro, figura enigmática talhada em uma encosta. Alguns dizem que é fruto da mesma civilização que desenhou em Nazca.

Candelabro
Depois do candelabro, seguimos viagem até as Islas, onde a lancha diminui e podemos observar um verdadeiro milagre da natureza. Milhares de aves se amontoam nas pedras, enquanto leões marinhos se espreguiçam perto do mar. Tudo ali, na nossa frente.

Não é permitido desembarcar nas ilhas, que é uma área de preservação, mas as lanchas vão perto o suficiente para que possamos observar esses belos animais.

Os mistérios de Nazca

Naquela montanha está a figura do astronauta.
Meu objetivo era voltar para Lima, de onde eu pegaria o avião de volta para São Paulo. Já havia aproveitado bastante a bela Arequipa, já tinha visto o voo do condor no Canyon do Cólca e ainda tinha quatro dias antes do meu voo.

Tudo isso já estava meio planejado, mas não imaginei que pudesse dar tão certo. Arequipa fica num local estratégico para viajantes. De lá, é possível conhecer três cidades no caminho para Lima. São elas: Nazca, Paracas e Ica. 

Minha primeira parada foi em Nazca, a cidade que guarda o mistério de suas famosas linhas. Desde que foram descobertas, ninguém conseguiu comprovar o que são as Linhas de Nazca, ou quem as desenhou. Existem algumas especulações: as linhas seriam desenhos de alienígenas, um calendário, objeto de observação astronômica, uma mensagem dos deuses e por aí vai. 

Ticket para o sobrevoo das linhas
As Linhas de Nazca ficam no Deserto de Nazca, entre as cidades de Nazca e Palpa, ao sul de Lima. As figuras só podem ser visualizadas do alto. Para isso, é preciso coragem! Os aviões que fazem o sobrevoo nas linhas não transmitem segurança nenhuma. Mesmo assim, eu me arrisquei e lá fui eu embarcar num teco teco com mais três doidos (um brasileiro e duas francesas) sobrevoar as Linhas. Nosso piloto e co-piloto nos mostraram onde ficava o saco para enjoo (que, confesso, foi muito útil) e explicaram quais figuras veríamos. 

O sobrevoo dura certa de 35 minutos, que para mim foram intermináveis. Para cada figura, nosso co-piloto avisava que fariam a manobra "a la derecha y despues a la izquierda", para que todos os passageiros pudessem visualizar as imagens. Esse remelecho todo acabou comigo. Apesar de todo mal estar, consegui ver as impressionantes figuras e desembarquei do meu teco teco com mil teorias na cabeça. É tudo muito mágico e parece não haver lógica (para nós) em algumas figuras, como o macaco e o astronauta, por exemplo. Onde eles viram esses seres?

Cemitério de Chauchilla
Todos dizem que, além das linhas, não há o que fazer em Nazca. Eu discordo disso e digo que vale a pena reservar algumas horas para conhecer o Cemitério de Chauchilla, com tumbas originais e algumas réplicas, que guardam múmias encontradas na região. Há um pequeno museu também que já vale a visita pela riqueza dos artefatos arqueológicos. Além disso, também é possível conhecer umas  das casas de cerâmica tradicionais da região. Como fazer isso? Contrate um guia-taxista para levá-lo a esses lugares. Não fique no aeroporto de Nazca esperando a hora de seguir viagem!!


Canyon do Cólca

Da bela Arequipa, é possível visitar o Canyon do Cólca que, segundo os peruanos, é o canyon mais profundo do mundo. A briga por esse recorde é antiga e EUA, Peru e China ficam se gladiando pela primeira posição nesse ranking. Superlativos de lado, o Cólca é um lugar belíssimo, de onde é possível assistir o voo do condor, ave típica dos Andes.

O canyon fica no distrito de Chivay, a algumas horas de Arequipa. Para aproveitar e conhecer o lugar, é bacana passar pelo menos uma noite em Chivay. Um roteiro bem conhecido é sair de Arequipa pela manhã chegando no horário do almoço em Chivay. Durante a tarde, não deixe de conhecer os baños termales de "La Calera". A 3 633 metros de altitude, as piscinas são aquecidas naturalmente pelas águas do Vulcão Cotallumi. Uma delícia de calor naquele friozinho doído!

Para jantar, fomos a um restaurante super aconchegante onde fomos brindados com um belíssimo espetáculo de música e dança típica da região de Chivay. Eu até dancei! Foi sensacional!

No dia seguinte, acordamos cedinho e partimos rumo ao ponto de observação do condor. É importante chegar cedo, pois esse é o melhor horário para observar o guardião do mundo superior.




Tivemos sorte: os condores nos deram um super espetáculo! Começaram tímidos, longe da multidão que os aguardava. Após uma hora, já estavam voando em cima de nossas cabeças.