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domingo, 3 de julho de 2011

Retorno a Cusco

Mulher observa comboio com as peças de Machu Picchu, que retornam a Cusco após 100 anos

Chegar a Cusco, pela segunda vez, fez-me sentir parte dessa cidade. Foi como se eu estivesse voltando para um lugar do qual eu jamais deveria ter saído. Penso que esse era o mesmo mesmo sentimento dos cusqueños que aguardavam ansiosos o desembarque de 17 caixotes no pequeno aeroporto Alejandro Velasco Astete, naquela manhã de quarta-feira, 22 de junho de 2011.

Após quase 100 anos em terras estrangeiras, 363 das 46.332 peças que foram levadas pelo primeiro explorador de Machu Picchu com uma máquina fotográfica em mãos (isso é importante), Hiram Bingham, retornavam a seu país de origem. Isso graças a um acordo entre o governo peruano e a universidade de Yale, que concordou em ceder o primeiro lote para comemorar o centenário da chegada de Bingham à imponente cidade inca.

Bingham levou as peças a Yale após suas expedições, de 1912 e 1915, na qualidade de empréstimo, mas elas nunca foram devolvidas ao Peru, até agora. Se cumprido, o acordo prevê o retorno das demais peças, restos e fragmentos procedentes de Machu Picchu, de maneira progressiva até o final de 2012.

Nesse clima de festa, fui recebida por essa cidade que, orgulhosa, recebia seu legado histórico de volta. Segui, num pequeno táxi, o comboio que carregava as primeiras peças. Boba eu de pensar que seriam levadas direto para algum museu e trancafiadas a sete chaves. 

Como em Cusco tudo se comemora, a caravana seguiu até o grande templo de Qoricancha, onde o Inca (imperador), interpretado por um ator cusqueño, e seu séquito receberam as peças e seguiram em marcha até a Plaza de Armas, que estava repleta de pessoas aguardando ansiosas pela cerimônia de entrega das peças.
Inca é escoltado po policial até a Plaza de Armas


Séquito inca e autoridades locais recebem as peças

Discursando em espanhol e em quéchua, idioma tradicional dos habitantes dessa região do Peru, Luis Florez, o alcade (prefeito) agradeceu o esforço dos envolvidos nas negociações e, junto com o séquito inca, recebeu as 17 caixas com as peças, que seguiram em caminhão desde a Plaza de Armas até a Casa Concha, onde serão exibidas em breve.
Séquito inca segue em marcha até a Casa Concha




Entrega das caixas com artefatos de Machu Picchu na Casa Concha

Não pude ver as peças, apenas as caixas sendo descarregadas. O que eu vi, e acredito ser de mais valor, foi a expressão de orgulho dos cusqueños que receberam essas relíquias como se fossem fotos antigas de família, como algo muito próximo, muito seu. Essa proximidade com a tradição, com a história, é algo que salta aos olhos negros desse povo tão alegre. 

Assista o vídeo institucional da universidade de Yale e saiba mais sobre o acordo e o retorno das peças:

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Inti Raymi - La fiesta del Sol en Cusco

Quando cheguei em Cusco, em julho do ano passado, mal pude acreditar que havia perdido por poucos dias um dos festivais da cultura andina mais significativos: o Inti Raymi, La Fiesta do Sol, que acontece todo ano, em 24 de junho. Decidi, então, que não poderia ficar de fora do próximo. Ou seja, Cusco, aí vou eu! De novo!!!

O Inti Raymi é uma cerimônia inca que se realizava anualmente em Cusco, a capital de Tawantinsuyo, entre o período final da colheita e o início do equinócio de inverno nos Andes, na segunda metade do mês de junho. Na época dos incas, o Inti Raymi marcava o final de um período (ano) e início de outro, celebrando sempre o que a terra fornecia como alimento. Mais uma vez, aqui está Pachamama!

Esquema do Inti Raymi hoje
A festa que celebra o Deus Sol mobiliza toda a cidade de Cusco e acontece em três locais cheios de magia e história:
  • Templo de Qorikancha, que na época do incas era o principal templo ao Sol.
  • Plaza de Armas, a praça mais charmosa do mundo
  • Saqsaywaman, sítio arqueológico próximo a Cusco.
Encenação na Plaza de Armas - foto do site da Emufec
Encenação em Saqsaywaman - foto do site da Emufec
É possível assistir gratuitamente os dois primeiros momentos, sendo que para estar em Saqsaywaman é necessário comprar ingressos. A empresa que cuida desse fabuloso evento é a Empresa Municipal de Festejos de Cusco (Emufec). No site deles, é possível conhecer mais a respeito sobre o festival e sobre procedimentos de reserva de ingresso*. As informações desse post foram traduzidas desse site, assim como as fotos foram retiradas de lá. Em breve, terei as minhas!
 
*Comprar ingressos direto do Brasil não é tão simples, mas possível. Contudo, é necessário retirar com antecedência na própria empresa. Sorte a minha ter amigos vivendo em Cusco.