Depois de tomar aveia quente, pan con huevos e mantequilla, vestimos nossas capas, pegamos nosso bastão e bora caminhar. Nesse dia, decidimos contratar porteadores para carregarem nossas mochilas. Custou-nos 80 soles. Apesar do preço não ser barato, senti-me muito mal por vê-los carregando aquele peso todo que eu, mochileira de primeira viagem, havia colocado nas costas. E uma sensação estranha: você os ajuda contratando seus serviços, mas quando os ve passar correndo, na chuva, com aquele peso todo (chegam a carregar 30 kg), a sensação é péssima. Não sei explicar.
Achava que pela manhã estava frio. As duas primeiras horas de caminhada foram muito sofridas. O segundo dia da trilha inca é quando se sobe mais, chegando a 4200 mts. Já sabia que seria o dia mais puxado e aquela chuva da manha me assustou bastante. Tinha esperanca que ia melhorar o tempo, quando a chuva ficou mais espessa e a temperatura caiu. Depois da primeira parada, segui caminho sozinha. Edgar, nosso guia nos deixou livre para caminharamos conforme nosso tempo. Segundo ele, e melhor nao parar muito.
Eu, Cassiana, Gilbert (guia) e Marcio. Ao fundo está o Paulo |
Não podiamos ver qual seria o fim da subida. Tampouco aproveitamos a vista das montanhas. Uma nevoa cobria tudo e a chuva não nos deixava levantar muito o rosto. Não conseguia sacar a câmera de tanta chuva.
O combinado desse dia era caminhar ate as 14h e entao almocarmos ja no nosso acampamento. No meio do caminho fizemos uma breve parada para comprar água e usar o banheiro. Era impossivel ficar parado. O frio doia nos ossos e com cinco minutos ja nao era possivel sentir os dedos. Nessa parada, Cassiana e eu seguimos a trilha com o Marcio, outro brasileiro. O amigo dele, Paulo, estava um pouco atras, passando mal.
Quando, finalmente, alcancamos o topo mais alto, fomos expulsos da montanha. Um vento fortissimo, com chuva e granizo nos cortava a pele. As capas nao adiantavam de nada e nao houve parte do corpo que estivesse seca. Depois de tanto subir e sequer conseguir apreciar a vista, tivemos que descer rapidamente. A Cassiana estava a dois passos de mim e eu nao a conseguia ver. Esse foi o pior momento de toda trilha. Meus joelhos ja davam sinais de dor e o frio e as roupas molhadas so completavam o cenario.
Para azar nosso, e mais ainda dos porteadores, as barracas estavam molhadas tambem. A tarde e a noite desse dia forma um caos. Tudo estava molhado e o frio era de cortar. Nao preguei o olho um segundo. Pior que estar nessa situacao era pensar que a chuva nao dava sinais de tregua. Segundo os guias, se nao parasse ate o dia seguinte, as chances de ver Machu Picchu no 4º dia eram pouquissimas.
"E uma sensacao estranha: voce os ajuda contratando seus servicos, mas quando os ve passar correndo, na chuva, com aquele peso todo (chegam a carregar 30 kg), a sensacao e pessima. Nao sei explicar."
ResponderExcluirÉ muita subserviência... Os turistas bacanas usando homens como burro de carga... E é tão comum para eles!
Mas é a tal história: quem vai fazer esse tipo de trabalho se eles não se dispusessem a isso?
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Tô ficando sem ar por vocês, lendo esse relato! haha
Ai, tomara que o tempo tenho melhorado miraculosamente nos dias seguintes!
NOSSA! sufoco total!!! mas tem de ser assim... a intensidade de TUDO é vida! é isso ae! VAI!!!
ResponderExcluirps: o bom é q ja tem o próximo post! yeah! não tenho q esperar "o capítulo de amanhã"! hehehehe
meu Deus quase fiquei sem ar junto kkk. Falei pra vc nadar mais aylinha pegar resistencia, vc nao me ouviu!!! kkk
ResponderExcluirEu tinha certeza q a Dai ia passar vc depois rsrs
ResponderExcluiré... foi tipo aquela fábula da corrida dos bichos... a aylica saiu correndo na frente, mas depois durmiu no ponto e a dai passou ela... huahuahauahuahaua
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