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segunda-feira, 5 de julho de 2010

O rabisco de um sonho


Era no tempo do meu ginásio. A sensação era de não ser mais criança agora que estava na 5ª série! Para cada matéria tinha um professor e um livro diferente. O peso não incomodava em nada, pelo contrário, ficava feliz em carregar aquele material todo. Em especial, o livro de História. Tinha aula às terças e quintas e, durante aquele ano, a professora nunca conseguiu me surpreender, pois a ansiedade me fazia devorar os capítulos antes.

Foi num desses momentos que eu vi a famosa foto da cidade de pedra. Meus olhos foram direto na legenda e eu me lembro de que ela dizia algo como a cidade de pedra nas nuvens. Quando terminei de ler o capítulo sobre as “civilizações pré-colombianas” ficou uma confusão na minha cabeça com os três povos: incas, os maias e os astecas. Qual desses três povos havia construído aquela cidade? Em que lugar ela ficava? Quem a tinha descoberto? Eu poderia ir até lá?

Machu Picchu, então, tornou-se um sonho para mim. Aos onze anos, comecei a planejar como seria chegar lá. Eu não tinha computador em casa, então recorri à enciclopédia Larrouse (rs) e aos mapas do anexo do livro de geografia. Fiz vários pontinhos de como eu chegaria lá. Engraçado que, nessa época, eu não pensava em pegar um avião. Meu caminho era pelo pantanal, pois meu pai sempre viajava para lá em julho eu achava que numa das suas viagens ele poderia me deixar “na metade do caminho”.

Meus pontilhados me acompanharam por dez anos. No terceiro ano de faculdade, encontrei uma companheira disposta a fazer essa viagem comigo. A Sarinha, como sempre mais organizada que eu, tinha um roteiro em mãos e me apresentou a ideia. Detalhe: no caminho dela, passaríamos bem perto do pantanal! Antes das aulas e nos intervalos nós tentamos planejar essa aventura. Mas, a vida de estagiárias não nos permitiu combinar datas e o sonho ficou adiado.

Agora, formada, empregada, já cursando uma pós e um pouco dona dos meus próprios passos, decidi mergulhar de cabeça e finalmente conquistar meus pontinhos. Decidi ir sozinha e comprei minhas passagens. Alguns dias depois, a Daí, minha amiga que eu conheci na 5ª série decidiu ir comigo. Embarcamos nesse domingo, dia 11, rumo à Lima. Mas, com a ansiedade como minha característica, meu planejamento já dura seis meses e um dos intuitos desse blog é dividir esse processo nos próximos posts.

Outro objetivo é, na verdade, bem egoísta: quero registrar como a garotinha da 5ª série cresceu e agora vai buscar seu sonho nas nuvens.

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